quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

cultura em jogo.

A sombria máquina de matar a Cultura em Rio de Contas


Por Valdenberg Trindade
Os interesses pessoais e eleitoreiros estão destruindo a cultura e a história de Rio de Contas.
O Carnaval da cidade, um dos mais antigos e tradicionais do Estado da Bahia, está sendo substituído por uma caricatura tosca do Carnaval de Salvador, dando espaço a atrações de gosto duvidoso, numa patética exaltação ao axé, ao pagode e ao arroch…a.Os músicos da terra, mal pagos e desestimulados, são relegados à irônica condição de “alternativos”, e a tradição dos frevos e marchinhas agora dá lugar a palcos megalomaníacos, que multiplicam os custos da festa e que lembram o “pão e circo” da Roma Antiga.
A insensibilidade e a arrogância do poder público também dão espaço à irritante turba de bêbados visitantes, que atormenta a cidade com seus monstruosos carros de som, desrespeitando impunemente a legislação ambiental.
Por outro lado, o turismo de Rio de Contas vem definhando a cada ano por responsabilidade do poder público, numa mostra clara da falta de compromisso com a cultura, com a tradição e com a civilidade.
Espero que este protesto possa ecoar pelas mentes daqueles que respeitam a história da nossa querida Rio de Contas.
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Riocontenses defendem conferência municipal do Carnaval
Por Josias Pires
O texto-manifesto do design e humorista Valdenberg Trindade desencadeou um protesto em Rio de Contas, cidade histórica da Chapada baiana, e levou o Movimento Ambientalista Gavião a organizar um abaixo-assinado reivindicando “Melhorias do Carnaval” da cidade.
Comprometido com a “ defesa, preservação e conservação do meio ambiente, do patrimônio natural e cultural (…) [com a] promoção da cidadania, dos direitos humanos e da democracia para melhor conscientizar e promover a participação política/social dos cidadãos riocontenses (…) [e afirmando o seu] comprometimento com a cidadania, a cultura, segurança e a promoção do bem estar comum”, o grupo cobra da prefeitura o cumprimento da lei para o controle da poluição sonora, sobretudo provocada por “carros de som e casas alugadas pelos visitantes e foliões, bem como megafones e outros equipamentos sonoros”.
O Carnaval de Rio de Contas tem como uma das peculiaridades a exibição de máscaras fantásticas e sempre teve grupos musicais locais que participavam dos Carnavais nos clubes da cidade. Para fortalecer essas manifestações, o Movimento exige providências para integrar “os grupos artísticos locais como músicos, bandas, filarmônica, e etc. no palco principal, promovendo assim a maior visibilidade dessas manifestações como protagonistas da cultura local”.
Ciente da capacidade dos próprios moradores de Rio de Conta contribuírem para o planejamento do Carnaval, os manifestantes propõe a realização de uma conferência municipal para “que a população possa realmente escolher e decidir sobre as ações de valorização cultural, proteção ao meio ambiente, patrocinadores, com tempo hábil para as discussões de no mínimo seis meses!”
Em Rio de Contas há uma lei municipal (a 8.666/93) que dispõe sobre licitações de prédios públicos para turistas no período do Carnaval e outras festas. Esta lei veda o aluguel, permuta, concessão de prédio público sem autorização da Câmara Municipal, medida indispensável para reduz dificultar o mau uso do patrimônio do município.
Os riocontenses defendem também o “planejamento estrutural para alocação de barracas no Centro Histórico, haja vista que o posicionamento atual dificulta o acesso dos moradores às suas residências, cumprindo assim a Instrução Normativa N◦1 de 25 de Novembro de 2003 do IPHAN”.
O documento finaliza afirmando que as “reivindicações e propostas tem o objetivo único de promover o carnaval cultural da cidade por todo o ano, e não apenas nos 6 (seis) dias de festa; e garantir a segurança, conforto e assegurar os direitos dos moradores e visitantes. O carnaval tem que ser tratado como uma festa de entretenimento cultural e promoção do turismo da cidade para que suas tradições possam ser levadas aos que aqui não estiveram. Garantindo assim a continuidade das manifestações culturais sem a destruição e descaracterização que vem acontecendo nesse município”.
Com informações do Bahia na Rede

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